Don't Talk to Strangers

Sunday, October 31, 2004

Depende do momento

Tudo nessa vida é questão de momento. Se me algum dia me perguntarem "qual é a melhor coisa do mundo", a resposta vai ser um decidido "Depende". Sim, depende do tamanho e do quilate da minha necessidade. Quanto maior o desespero, maior será o prazer que sua solução propicia. Não adianta mostrar um apetitoso prato de filé aos 4 queijos a um sujeito com crise intestinal porque, com muita sorte, o máximo que ele vai fazer é pegar o guardanapo da sua mão pra qualquer tipo de eventualidade. O bife não era apropriado para o momento. Assim como não é apropriado, chamar seu chefe de "calouro" porque ele entrou na faculdade depois de você ou chamar de "Tia" a mãe gostosa do teu melhor amigo agora que vc já tem 27 anos e ela está te dando muito mole. Enfim... é tudo uma questão de momento.

Bem, uma situação assim me ocorreu hoje - não... eu não estive nem perto de me borrar, estou desempregado e não existem "tias" por perto - uma situação em que a gente vê que o momento é tudo. Há cerca de 3 anos, a galera do meu antigo trabalho me chamava de Serginho (por causa daquele funkeiro carioca - o porquê desse apelido eu explico em outro momento) e, evidentemente, me saudavam com o já conhecido refrão "Vai Serginho". É... uma dessas coisas que a gente tem que aceitar numa boa em nome da boa convivência e tal. Hoje, um camarada de lá me, depois de uma longa perda de contato, me encontrou por vias virtuais e saudou com o já conhecido e referido refrão eo meu primeiro impulso foi: "Cruz credo!! Vai você!!". Diante das atuais circunstâncias, o atual momento, veja o quão inadequada foi a saudação. Se naquela época o Serginho em voga era o MC e o "Vai" retratava um momento de flerte sexual (a lamentável qualidade do flerte, que jamais teve a ver com o meu modo de agir, é bom deixar claro, já é uma outra questão), agora, o Serginho é o jogador do São Caetano, falecido na última quarta feira. Que mórbido!!!

Que Deus o tenha, mas cruz credo, vou nada, me deixa aqui!!